Nas sextas da Rural.

Os caminhos sempre tão cheios de pegadas e passos alvoroçados, de repente não estão lá.
O burburinho alto de dúvidas, medos, desesperos, trabalhos, seminários, provas que emudecem as árvores centenárias, de repente não estão lá.
Então segue-se silenciosamente, pé após pé. PLOC, PLOC. Ouve-se o pisar nas poças.
Cães sempre amigos, sempre observadores de nosso dia-a-dia agora brincam entre si. Latem, tossem e até rosnam. 
A visitante calmaria de uma manhã chuvosa e vazia. 
O chacoalhar das folhas, as árvores que agora dançam e dispõem-se feliz a gargalharem.
E ouço ruídos de lar, de paz.  
E ouço ruídos de uma flauta solitária no alojamento feminino.
E sinto uma brisa gélida de paz e recomeço.
Os bancos da praça da Alegria, encharcados e sós.
O bandejão vazio.
As salas de estudos ocas.
O eco do hall dos alojamentos.
O silêncio acumulado na semana, de repente ecoado naquela manhã.
Manhã doce de sexta-feira. 
Manhã divina, manhã única.
Manhã que me faz sentir e sempre lembrar, que aquele é o lugar onde eu deveria estar. E que uma vez ruralino, sempre ruralino. 
Nas sextas da Rural percebo o quanto há de amor, no meio do caos.


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